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Ferreira Gullar, a expressividade da forma

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Já me referi em artigo anterior à descoberta por nós, modernos, de que toda forma tem expressão. Uma descoberta de extraordinária importância, que se situa no centro mesmo da experiência estética contemporânea: é nela que se apóia a liberdade sem limites que caracteriza a arte deste século. Mas é também nela que reside uma das questões mais graves com que se defronta essa arte. A descoberta é, não obstante, simplória, porque inevitável, desde que se questionaram os fundamentos da linguagem artística estabelecida, inventada pelos gênios do Renascimento, recuperada pelo neoclassicismo do século XVIII e transformada em dogma pela academia. A civilização européia, do mesmo modo que se julgava a única sociedade civilizada, considerava também sua arte como a expressão suprema e perfeita, diante da qual o que faziam os povos da Ásia, da África ou da América era mero barbarismo. A ruptura radical com as concepções acadêmicas e, em seguida, com os vínculos entre arte e natureza conduziu à desin