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Mostrando postagens de março, 2010

Henry Miller: Fragmentos de "A hora dos assassinos (um estudo sobre Rimbaud)"

Analogias, afinidades, correlações e repercussões. Foi em 1927, no fundo do porão de uma casa encardida de Brooklyn, que ouvi falar pela primeira vez em Rimbaud. Tinha então 36 anos e estava mergulhado na minha própria e tardia Temporada no Inferno. Um livro fascinante sobre Rimbaud rolava pela casa sem despertar minha curiosidade. O motivo era o ódio que sentia pela dona do livro, que na época morava conosco. Depois descobri que, em matéria de aspecto, temperamento e conduta, a mulher se parecia tanto com ele quanto é possível imaginar. Como já disse, embora Rimbaud fosse o tema principal das conversas entre Thelma e minha mulher, não fiz o menor esforço para conhecê-lo. Para dizer a verdade, lutei feito louco para tirá-lo da idéia; me parecia então o gênio do mal que, sem querer, era causa de todos os meus problemas e angústias. Notei que Thelma, a quem desprezava, se identificava com ele a ponto de tudo fazer para imitá-lo, não só no comportamento como também no tipo de versos que e