por Humberto Pereira, A questão da escolha em "O sétimo selo" e "O sacrifício"

Há um oceano que envolve as relações entre cinema e filosofia. E, igualmente, Ingmar Bergman e Andrei Tarkovsky - dois dos mais importantes cineastas do século passado são donos de uma filmografia densa, que abre espaço para indagações filosóficas. Na obra desses cineastas dois filmes são particularmente marcantes: “O Sétimo Selo”, do primeiro, e “O Sacrifício”, do segundo. Os personagens principais desses dois filmes canalizam, por assim dizer, inquietações universais que são plasmadas na tela. Por isso, por conta da densidade com que os temas são apresentados -sem qualquer concessão aos imperativos do consumo, por exemplo-, são filmes que podem nos instigar a uma reflexão sobre nossas escolhas; sobre o modo como nos deparamos diante de uma obra de arte; sobre o modo como uma obra tem ou não importância para nossos sentimentos diante do mundo. Assistir a um Bergman ou a um Tarkovsky exige algo como um comprometimento com uma certa visão de mundo, com um certo padrão de cultura. E isso...